Se for mesmo verdade, e não propaganda (de si mesma) enganosa, que ela própria, a propaganda, é a alma do negócio, sendo a propaganda também um negócio à parte, terá alma ou será, segundo certa contrapropaganda, completamente desalmada, talvez assim não por ser o que é simplesmente, mas por fazer propaganda de negócios outros em que não entram, por princípio, tendo como objetivo, esse fim tão almejado, o lucro, sentimentos que mais facilmente se associam à alma, deixando ao corpo, supondo-o (com garantias científicas) perecível, os “maus”.
A alma, sem entrar em detalhes conceituais que escapariam, qual areia teimosa, contrária a sua prisão em nossas mãos, por entre os dedos, sabe-se, é o “negócio” da psicologia: e acrescentar, aqui, que se fala de alma humana, ou é sentimentalismo exagerado que tende, eventualmente com “aspas covardes”, a atribuir a outros animais uma alma igualmente, até atribuindo-lhes, levando esse mesmo sentimentalismo ao seu rimado paroxismo, uma alma bem melhor que a dos homens, na hipótese de ela existir de verdade e não ser mero esforço, bem-sucedido, de alguma propaganda, ou então é, conhecendo-nos, sabendo do que nos vai nessa dita alma (bendita ou maldita, a depender do humor da hora), a tentativa, bem humana, algo covarde, de partilhar, a sua própria revelia, com outros (animais) o que seria da nossa inteira responsabilidade.
E não podemos nos esquecer – por Deus que não! – que essa alma, mesmo que olhada sob outra perspectiva, ainda que pelos mesmos olhos humanos (talvez já não tão demasiadamente assim), é, se não uso mal a palavra, o objeto das religiões, sendo, não raro, sem o temor de não usar bem a palavra, seu mais lucrativo negócio: e aí, em que pesem algumas divergências, entre infantis e ecológico-preservativas, nessa “festa no céu”, outros animais não entram, provavelmente por conta dessa “sapiência” humana a respeito do quinhão de cada um, ainda quando se acena com latifúndios a perder de vista; por definição, intermináveis.
Sendo a propaganda a alma do negócio, psicologia e religião não passam de mera propaganda (de si mesmas), não precisando, portanto, salvo algum “engano”, de propaganda, alimentando-a assim como negócio próprio ou, havendo psicologias tantas (até animais), religiões ainda mais (para todos os gostos, dos mais “racionais” até os que fazem da irracionalidade seu maior trunfo), torna-se mais imperioso, dada a concorrência num mercado que, não sendo o paraíso, não tem lugar para todos “igualmente”, que se lance mão da propaganda?
Como se vê, respostas não são o meu forte.
CHICO VIVAS
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