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terça-feira, 5 de julho de 2011

DIA DA PREGUIÇA








Bicho, que preguiça é essa?!



E para o caso de só encontrar preguiçosos que, por isso, não queiram abandonar esse seu estado para me dar a resposta, se já a tiverem, porque seria impensável imaginar um preguiçoso assim, que, só para me responder a contento, saísse a campo para pesquisar, metódica e cientificamente, sobre que preguiça é essa:




Comum e o de coleira, encontrados no Sul da Bahia. O desmatamento é a principal causa do desaparecimento dessas duas espécies, que passam quase todo o tempo de seus 50 anos de vida (em média) em cima das árvores, onde se alimentam de 22 espécies diferentes de vegetação da Mata Atlântica e dormem cerca de 14 horas diárias. Vítimas também das queimadas, as preguiças costumam fugir para áreas próximas às cidades, tornando-se uma presa fácil para caçadores ilegais.

Animais de hábitos solitários, os machos e as fêmeas só se encontram para acasalar. A gestação dura de seis a oito meses, nascendo apenas um filhote, entre os meses de agosto e setembro. Quando adulto, um bicho preguiça pode pesar até cinco quilos e medir 59 centímetros da ponta do nariz a ponta da cauda. O filhote mama durante um mês, permanecendo com a mãe até os cinco meses, para aprender a se locomover e se alimentar sozinho. Atualmente, o homem é seu principal predador, já que os predadores naturais, aves de rapina e grandes felinos, estão em extinção.

Fonte: www.sosmatatlantica.org.br/div>








Mas não é bem disso que se quer falar aqui; não é bem dela que se deve falar, podendo-se, simpática como ela só, se falar bem dela, e sim daquela preguiça de que tanto se fala mal, embora já haja quem, provavelmente sem preguiça para chegar a essa conclusão, chamando-a de ócio (ela, preguiçosa por natureza, pouco se importa, já que não pretende abandonar sua preguiça para rebater o que dela falam), elevou-a à categoria de criativa, bem-vindo ócio: e ai de que, agora, se atrever a chamá-lo, simplesmente, de preguiçoso. Quanta criatividade!



Vício que (para alguns) é, entrar no “círculo” da preguiça não é para qualquer um, exigindo um esforço que contraria a essência de um bom preguiçoso, armadilha para um, pois, se trabalha para entrar nesse círculo vicioso, é recusado por não encerrar em si a preguiça necessária; se não labuta, duramente, por isso, demonstrando então uma enorme preguiça, com tantos desejando fazer parte do círculo da preguiça, esse vício sem esforço, aí mesmo é que dá com os burros n’água.



Talvez inspirando-se num Criador que trabalhou, incessantemente, dia e noite (pelo menos depois que, separando a luz das trevas, criou o dia e a noite), tenha-se incluído a preguiça entre os sete pecados capitais e, por extensão, os próprios preguiçosos – e para se entrar no círculo do capital é preciso não ter preguiça, ou inventar algo parecido com o ócio criativo. Não nos esqueçamos, no entanto, de que o próprio Criador, depois de seis dias, no sétimo (mesmo número capital dos tais pecados), descansou: e como já havia dado Sua obra por acabada, esse seu ócio dominical nada tinha de restaurador, etapa necessária para uma nova semana, nada por fazer, tudo já criado, embora não se Lhe possa negar, quem sabe se “justamente”, por causa do ócio do sétimo dia, tamanha criatividade para nos convencer de que temos de trabalhar durante toda a semana e, no domingo, dia de descanso formal, Dominus Dei que é, devotarmos-Lhe, sem sombra de preguiça, todo o louvor.



Como se vê, mesmo que eu quisesse entrar para seu círculo, a preguiça me rejeitaria, pelo que se lê aqui, trabalho que dá escrever. Como se vê, pelo que se lê aqui, estou com um pé naquele círculo lá, considerando o trabalho de preguiçoso que acabei de fazer aqui. Como, enfim, se vê, pode-se ver o que se quiser, e até mais: mas isso já dá trabalho demais e, ai, ai, que preguiça me deu!



CHICO VIVAS

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